quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Personalidade saudável

O caminho seguro para o emagrecimento passa longe de dietas malucas, o corte de um grupo inteiro de alimentos, o vício pelos produtos diet e light... A grande sacada é usar o bom senso na hora de escolher o que consumir

por Lucilia Diniz



Começo esse artigo repetindo o óbvio: a boa alimentação passa pela escolha de alimentos frescos e saudáveis. O caminho é privilegiar verduras, hortaliças, fontes de proteína magra, peixes,
cogumelos, ervas, temperos e tudo aquilo com alto teor nutritivo e baixa densidade energética. Também é importante que o prato seja saboroso - e colorido - para agradar corpo e alma.

Pena que tantas pessoas ainda não consigam entender o óbvio. Afinal, só vejo crescer o número de homens e mulheres se comportando de maneira esquisita com o que consomem. E não estou me referindo aos grandes distúrbios, como compulsão alimentar, anorexia e bulimia nervosa. Falo de pequenas esquisitices mesmo. Comportamentos aparentemente inocentes, mas que transformam qualquer tentativa de perder peso em tormento. Vamos listá-las:

Paranóia com grupos alimentares
tem gente que "rompe relações" com grupos inteiros de alimentos. Os principais desafetos são os carboidratos, as gorduras e a frutose. Pessoas assim até reconhecem que não estão adotando a melhor estratégia para emagrecer. Mas querem - por que querem... - dar um "up" na auto-estima para, depois, "levar a dieta a sério". Geralmente não funciona. Pior é quando engorda mais ainda.

Truculência com a fome
muitas pessoas têm certeza que podem "dobrar" o apetite na marra? Confiam apenas na força de vontade. Como se determinação bastasse para vencer a biologia do corpo. Parecem crianças querendo ficar dez minutos debaixo d'água. Já vi várias delas com esse tipo de "autoconfiança" serem derrotadas na madrugada por um sanduíche de feijão e azeite. Depois, choram como bebês.
Luto pelo prato predileto - esse tipo é o mais triste. Refiro-me àquelas mulheres que mal começam uma dieta e já choram a falta do "falecido". Simplesmente não aceitam moderar o consumo do prato preferido com medo de perder a própria identidade. Para elas, é sempre tudo ou nada. Coitados dos maridos...

Obsessão por calorias
há quem vá ao supermercado só para fazer contas. Gente que só sabe olhar para o valor calórico das porções e se esquece de todo o resto. O orgulho nunca está no cuidado com o corpo, mas nas contas. Estão preocupadas em fechar o dia com 1.800 calorias do que fechar o botão da calça. Se você gosta de fazer contas, há outras mais importantes. Procure comer o que faz bem e esqueça os cálculos.

Fanatismo por diet e light
por incrível que pareça, há quem ainda pense que alimentos diet e light podem ser consumidos livremente. Mas o pior são os indivíduos que passam a tarde com um pote de sorvete light no colo assistindo à tevê e depois vêm reclamar comigo que não emagreceram.

Ódio por vegetais
essa neurose acomete principalmente os homens. Muitos querem perder peso, porém não podem nem ouvir falar em legumes e verduras. Aceitam reduzir gordura e carboidrato, mas sentem pânico diante de uma salada. Acham que "quem come mato é gado." Assim fica difícil!

TOC por nutrientes
já essa mania, mais típica entre as mulheres, tem crescido a cada dia. Muitas aprenderam a citar nutrientes badalados em conversas - como carboidratos complexos, licopeno e ômega-3. Só que não têm a menor idéia do que estão falando, muito menos como esses nutrientes funcionam no organismo. Portanto, "não basta ouvir o galo cantar. É preciso entrar no coro". Ou seja, aprofundar e comparar fontes. Para terminar, deixo um conselho. Não perca seu tempo com neuroses do tipo Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Para emagrecer, vá atrás de qualidade, pesquise, se informe. Assim você não perde tempo. E muito menos a auto-estima.

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